terça-feira, 20 de março de 2012

AS MELHORES HISTÓRIAS - BRASÍLIA

Nem sempre as melhores notícias dadas pelos repórteres são exatamente aquelas que vão ao ar, no caso dos telejornais. Ou as que saem publicadas em jornais e revistas. Foi especificamente para atender a um jornal e a uma revista que aceitei um serviço "frila" - quando não há vínculo empregatício entre empresa e profissional - e fui com a seguinte missão: mostrar Brasília no nascer do dia, antes da posse, durante a posse e depois da posse, seja em fotos que registram ícones de Brasília ou na gente anônima que viu o dia em que uma mulher assumiu, pela primeira vez, desde 1889, a Presidência da República Federativa do Brasil. Os olhos de repórter começaram cedo. Brasília não havia acordado ainda quando cheguei.


De braços abertos, a Catedral me recebeu. Aliás, nos recebeu. Nas primeiras horas da madrugada da Capital federal, estava o colega Alex, filmando tudo. Eu, fotografava.

Nas primeiras horas da manhã, o Congresso Nacional parecia um deserto. Parecia. Do lado de dentro, agentes da Polícia Federal e da cúpula de segurança da Presidência da República passavam o autêntico "pente fino" na Casa onde haveria a posse presidencial, marcada para as 17h.


O helicóptero sobrevoando Brasília e pousando no mesmo Congresso Nacional fazia parte do esquema de segurança presidencial. Só circulavam com tranquilidade os jornalistas - credenciados ou não, pela Esplanada dos Ministérios. Mas era só por enquanto...




Era tamanha a tranqulidade que a família do Sul escolheu lugar para ficar.
Quem cansou, sentou...


O que não era, definitivamente, o nosso caso e de nossos colegas como pode-se ver facilmente. Testes, mais testes...

Outras transmissões de dados...


De onde? Dali, bem do lado do povo, em uma Brasília quente, disfarçada pela chuva que desabou à tarde. Mas, afinal, era a festa do povo na cidade de Niemeyer. Como fugir à luta? Máquina fotográfica na mão, o rosto estava vermelho no melhor estilo pimentão. Alex, o cinegrafista, já sumira pela Esplanada...








Que era tomada pelos anônimos, como Zé da Motocicleta, que fez questão de registrar a data de saída de Fortaleza, Ceará, para Brasília (DF): 14 de dezembro de 2010. Detalhe se você ampliar a foto - ele e o então presidente Lula. Orgulhoso, Zé exibe o troféu. O católico, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. E promete: "vou construir uma (catedral) lá na minha cidade, Juazeiro, Bahia.".

Tá bom, pessoal. Chega, né? A posse acabou, Brasília está virada pelos avessos. A chuva molhou, mas não afugentou ninguém. Nem a criança que, para mim, virou símbolo daquele dia: onde o tempo não pára, no leve e singelo rosto de menino, destaque naquela multidão.


O retorno? Ah! Não me lembro. Só acordei em Minas, em terras setelagoanas. Depois é que soube da tentativa de assalto na região de Paracatu, onde homens armados atravessaram veículos na pista, bloquearam dois ônibus e tentaram levar o que não era deles. Felizmente, nada conseguiram. Nosso especial saiu em disparada, levou um tiro, um colega quase foi atingido, mas Deus o fez invisível. Mas essa é outra história de repórter.